sexta-feira, 11 de abril de 2008

Quilombolas de Palmas se aproximam da titulação das comunidades

Inclusos em estudos antropológicos do Incra e da SETI, os remanescentes palmenses devem receber professores, estudantes e recém formados de universidades envolvidas num convênio que vai contribuir para a regularização das comunidades

Por Larissa Mazaloti

Um convênio em fase de estudo e negociação entre Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária), SETI (Secretaria de Ciência e Tecnologia) do Paraná e cinco universidades estaduais vai envolver comunidades quilombolas, inclusive as de Palmas. Para isso, representantes do Incra e da SETI estiveram no bairro São Sebastião, na última terça-feira (1), onde está localizada a comunidade Maria Adelaide Trindade Batista e conversaram com as lideranças.
De acordo com a asseguradora da regularização quilombola do Incra, Gabriele Diez, sete relatórios serão elaborados até que seja feita a titulação da comunidade e este primeiro, um laudo antropológico, busca mais sobre a história e a cultura dos remanescentes de quilombos. Ela informa ainda, que incluindo Palmas, 22 comunidades devem ser visitadas em três semanas.
O convênio contará com a atuação de professores, estudantes e recém formados das cinco universidades envolvidas, sendo que uma delas fica no município próximo Francisco Beltrão. O financiamento e a fiscalização ficam por conta do Incra, que dispõe de técnicos e antropólogos.
À secretaria de Estado envolvida cabem os recursos humanos, dispondo dos agentes que devem colocar em prática a política explícita de aproximação com os ambientes externos à universidade. “Capacitamos estudantes e recém formados para depois internalizar as pesquisas”, completa Rodrigues. O assessor da SETI lembra ainda que desde o ano passado o programa Universidade sem Fronteiras tem 164 projetos espalhados em 124 municípios, todos referentes a extensão tecnológica nas áreas de pecuária leiteira, agricultura familiar, licenciatura e inclusão social.
Os projetos atingem uma região do Paraná que tem os menores índices de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). “Palmas não tem o menor índice, mas concentra muitas pessoas com renda muito baixa”, justifica o assessor. Ele adianta que até o final de 2008, em torno de mais 130 projetos devem ser aplicados. “A intenção é diminuir as distâncias entre universidade e comunidade, em especial criar a ligação com os quilombolas”, afirma. Conforme Rodrigues, um convênio como este, realizado com estudantes resulta mais positivamente do que se feito com uma empresa.

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