quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

PALMAS - PARANÁ

Ocupação do MST em área da falida Olvepar visa o assentamento no local

Sem previsão para levantar acampamento o movimento articula lavouras comunitárias no local e educação para as crianças nos municípios de Palmas e Clevelândia. O Incra deve iniciar vistorias para uma definição sobre a terra
Por Larissa Mazaloti
À margem da estrada, a bandeira vermelha caracteriza a ocupação de área feita pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na manhã de sexta-feira (22). A Fazenda das Conchas, no município de Palmas é de propriedade da Olvepar, uma empresa do setor agropecuário, falida desde 2002. O ato é uma forma de chamara a atenção do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para que o processo de assentamento seja agilizado. A entrada no local foi pacífica, sem qualquer resistência por parte dos responsáveis pela propriedade sendo que até a última terça-feira nem um contato entre o movimento e os mesmos foi realizado.
De acordo com o integrante do MST, Valdecir Ferreira, trata-se de uma movimentação estadual, por isso há famílias de diversos cantos do Paraná, inclusive de Palmas e Clevelândia, as quais estão se estruturando e organizando pequenas lavouras para subsistência. “Para manter a alimentação, além das lavouras, trabalhamos com o ao da solidariedade, uma família ajuda a outra”, afirma. Ele ainda garante que o grupo tem formação política e conhece as linhas políticas e de produção do MST.
Não há previsão para deixar a terra, já que Ferreira salienta a intenção do grupo em conquistá-la para assentar as famílias. Além disso, ele informa que a ocupação é uma forma de denunciar a lentidão na reforma agrária e as atrocidades do agronegócio relacionadas ao meio ambiente. “O mono cultivo do Eucalipto, que está plantado na área, deixa a desejar no que diz respeito a função social da terra”, argumenta.
Já que a intenção é permanecer, o integrante do MST fala que estão sendo estabelecidos contatos com os municípios próximos (Palmas e Clevelândia) para que as crianças não deixem de ir à escola. “É prioridade pra gente que as crianças continuem estudando, que todos tenham um bom atendimento na saúde e assistência social”, explica. Além das providências práticas, Ferreira conta que o grupo realiza as tradicionais místicas, feitas pelos movimentos sociais. “A mística simboliza a utopia do povo em chegar na terra, trabalhar na terra. Isso tem que permanecer vivo dentro da nossa organização”, comenta.
ARTICULAÇÃO REGIONAL
Um dos critérios para a ocupação é a estratégia geográfica, já que a região tem município que concentram significativo número de pobres, conforme esclarece Ferreira. Ele enfatiza o objetivo do MST em também fazer um trabalho de assistência social, no sentido de trazer os excluídos para o trabalho realizado pelo movimento. “Aqueles que estão no meio urbano, nas periferias, também devem lutar pelo seu pedaço de terra”, diz.
Sobre a atuação do MST na região, Ferreira relata que a lentidão da desapropriação de áreas foi motivo para que as atividades ficassem um pouco paradas. Conforme ele, na região há uma área ocupada há dez anos que ainda não está regularizada. “Isso mostra a reforma agrária em segundo plano”, comenta.
NEGOCIAÇÃO
A assessoria jurídica do MST já está trabalhando para a negociação com o Incra. Segundo o superintendente regional do órgão no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda não há nenhum procedimento referente a área, o que implica num processo de análise e vistoria. “Ainda não há nenhum caminho neste caso”, afirma. Ainda não houve contato com o síndico da massa falida Olvepar e a a facilidade para as definições também depende disso.
“Primeiramente vamos constatar se a terra tem qualidades para fins de Reforma Agrária, questões como características do solo, por exemplo”, explica. Sobre a função social da área, o superintendente diz que as leis trabalhistas e ambientais devem ser respeitadas, bem como a questão de produtividade.
Não há indícios de ação policial, porém, se houver, o movimento dispõe de um grupo para negociar pacificamente, porém em casos extremos o grupo está disposto a resistir, já que a intenção é se fixar no local.
Matéria Publicada no Jornal Folha de Palmas, de 29/02 à 06/03.

2 comentários:

Anônimo disse...

GOSTARIA DE SABER JORNALISTA POR QUE ESTE JORNAL NÃO DIVULAGA O DESCAZO QUE ESTA NOSSA CIDADE DE , NINGUEMQUER ABER MAIS DO POVO NÃO TEMOS SAUDE , ESPORTE ,SEGURANÇA E NOTICIAS SOB QUEM FICA NA PREFEITUA E QUEM SAI OU SEJA QUEM VAI PARA CADEIA , ISSO SE VAI TODOS ESQUESERAM ATE UM JORNAL DE GRANDE IMPORTANCIA PARA O NOSSO MUNICIPIO. UM ABRAÇO VOLGO BANNACK.

leozinha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.